Peixes e suas mandalas

Por Elen Juliana de Oliveira Furtado Mestre em Ciências Biológicas - Comportamento e Biologia Animal, Universidade Federal de Juiz de Fora

Hoje iremos falar sobre lindos protozoários (que mais parecem Mandalas) chamados Trichodina (Figura 1). São arredondados e se movimentam girando em volta de si mesmos. São encontrados em todo o mundo. Os peixes são seus principais hospedeiros e podem ser encontrados em suas brânquias e pele.

Atualmente o consumo de pescados vem aumentando no Brasil, sendo este país e o Chile os responsáveis pela produção pesqueira reconhecida no mundo. Com o aumento da produção de pescado, ocasionado pelas altas taxas de demandas por esses produtos no país e exterior, as condições de manejo desses peixes ficam um pouco de lado e por vezes há casos de superlotações em tanques onde esses animais são criados. Essa situação gera estresse nos peixes que acabam ficando debilitados e propensos a parasitos e doenças.

Dentre os parasitos que se “aproveitam” da debilidade dos peixes estão os helmintos (vermes), protozoários e bactérias. Os protozoários do gênero Trichodina são um dos que mais são encontrados em criadouros de peixes e podem tanto estar em peixes sadios (estarão em baixas quantidades) como em peixes debilitados (estarão em muita quantidade). Como esses microrganismos se alimentam de bactérias e pele morta dos peixes, quando há muitos desses protozoários em cima de seus hospedeiros a competição por comida é maior e acaba que esses microrganismos começam a abrir feridas na pele desses animais.

Os estudos tem mostrado que Trichodina são em sua maioria encontrados em tilápias (Oreochromis niloticus), mas não podemos descartar o encontro desses parasitos em outras espécies de peixes.

Mas o protozoário Trichodina faz mal para humanos que comem peixe? Não! Não há registros na literatura sobre Trichodina sendo prejudicial aos humanos.

Eles são lindos, não são?

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Figura 1. Peixe e seus parasitos tricodinídeos que são maravilhosos e parecem verdadeiras mandalas!