top of page

Você conhece os diferentes tipos de vacina para a COVID-19 em desenvolvimento?

Foto do escritor: Capivara ReflexivaCapivara Reflexiva

Por Franciane Cedrola

Bióloga, Dra. em Zoologia – Universidade Federal de Juiz de Fora


Não é segredo para ninguém que diversos grupos de pesquisa, em diferentes países, encontram-se empenhados no desenvolvimento de uma vacina para esta doença que nos acometeu neste ano de 2020. Mas você sabia que existem diferentes tipos de vacina em desenvolvimento?

A mais comum delas utiliza vírus inativados ou enfraquecidos e, portanto, são chamados de Vacinas de Vírus.

Na vacina de vírus inativado, os vírus passam por um tratamento especial, por meio de substâncias químicas ou calor, tornando-os incapazes de causar infecções. Já nas vacinas de vírus enfraquecidos, os cientistas induzem mutações genéticas nos vírus, que também os modificam de modo a deixa-los “mais fracos”, provocando apenas sintomas leves às pessoas que tomam a vacina. Em qualquer um dos casos, a pessoa que recebe a vacina, ao entrar em contato com o vírus, desenvolve resposta imunológica contra ele e, posteriormente, ao entrar em contato com o vírus verdadeiro, já estará protegida contra a doença.

Esses tipos de vacina são bem comuns e representam a maior parte das vacinas que conhecemos hoje e que nos imunizam contra diversas doenças, como o sarampo, caxumba, rubéola, entre outras.

Porém, além desses tipos comuns, os cientistas têm desenvolvido vacinas usando tecnologias propostas recentemente. São as vacinas que utilizam como matéria prima, os ácidos nucleicos, ou seja, material genético (DNA e RNA). Nestas vacinas, uma parte do material genético do vírus é inserido no corpo da pessoa a ser imunizada, a qual, a partir dele, passa a produzir cópias de proteínas virais, que ao serem liberadas desencadeiam respostas imunológicas.

Para a COVID-19 a vacina de ácido nucleico mais adiantada é a que utiliza o RNA mensageiro (mRNA) (Figura). O mRNA é uma molécula que carrega a informação contida no DNA até os ribossomos, que são as organelas celulares responsáveis pela síntese proteica. Para desenvolver essa vacina, os cientistas identificaram no material genético do SARS-CoV-2 (vírus causador da COVID-19), regiões específicas que codificam proteínas virais, mais especificamente as proteínas S ou Spike, que são aquelas que compõem a coroa do vírus. A partir daí os pesquisadores produzem mRNAs que contém a sequência que codifica esta proteína e as inserem em uma nanopartícula lipídica (uma pequena partícula de gordura), para, então, serem administradas nas pessoas a serem imunizadas.

Ao entrar no organismo da pessoa, as nanoparticulas liberam o mRNA no interior das células humanas, onde, ao entrar em contato com os ribossomos, passam a comandar a síntese de proteínas S. As proteínas S ao serem liberadas pela célula humana, por serem estranhas ao corpo humano, desencadeiam uma resposta imunológica no organismo, levando à imunização.



Figura 1. Esquema sobre o funcionamento da vacina de mRNA



E aí? Você conhecia as diferentes tecnologias usadas nas vacinas?

Gostou?

Então, curte aí e compartilhe o texto para outras pessoas!

E até a próxima J


Referências

Pardi, N. et al. (2018) mRNA vacines – a new era in vaccinology. Nature Reviews, 17, doi: 10.1038/nrd.2017.243

20 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Kommentare


Post: Blog2_Post
bottom of page