Por Franciane Cedrola
Doutora em Ciências Biológicas – Comportamento e Biologia Animal
Universidade Federal de Juiz de Fora
Colaboração de Bianca Sartini do Espírito Santo
Mestre em Ciências Biológicas - Comportamento e Biologia Animal
Universidade Federal de Juiz de Fora
![](https://static.wixstatic.com/media/a0e801_0d715078127e4f8ea0e06b1f8d4a04c1~mv2.jpg/v1/fill/w_780,h_450,al_c,q_80,enc_auto/a0e801_0d715078127e4f8ea0e06b1f8d4a04c1~mv2.jpg)
Você tem visto, nos últimos textos do blog, o quanto a produção científica no Brasil é relevante.
E viu também que a maior parte desta produção se encontra sob responsabilidade de pesquisadores associados a programas de pós-graduação. Se ainda não está por dentro disso, dê uma chegadinha aqui: (https://creflexiva.wixsite.com/capivarareflexiva/post/voc%C3%AA-sabe-como-funciona-a-ci%C3%AAncia-no-brasil).
Mas você já pensou em como os países financiam a produção destes conhecimentos?
Na maioria dos países, grande parcela do financiamento das pesquisas fica a cargo do governo e aqui no Brasil não é diferente. A maior parte das verbas destinadas à ciência são públicas, pois os conhecimentos produzidos com o desenvolvimento dos estudos científicos serão convertidos em benefícios para a população.
No entanto, nem sempre esse benefício é imediato e assim, muitas pessoas não entendem a importância de muito dos conhecimentos científicos produzidos, bem como todo o retorno que oferecem. Vamos explicar porquê!
Falando de forma simples, atualmente, a ciência pode ser dividida em dois “tipos”, a ciência pura, fundamental ou de base, que procura descrever elementos básicos da natureza, objetivando gerar conhecimento novo e compreender de forma completa o(s) objeto(s) em estudo e a ciência aplicada, que estuda as formas de utilizar os conhecimentos adquiridos em pesquisas de base de modo a encontrar meios de utiliza-los em benefício do homem, para a solução de problemas práticos. Assim, podemos facilmente perceber, que ambos os “tipos” de ciência estão intimamente relacionados e podemos dizer que enquanto a ciência de base produz o conhecimento novo, a ciência aplicada o reinterpreta (www.rc.unesp.br).
Assim, não é difícil perceber que tanto a ciência de base quanto a aplicada são de extrema importância no desenvolvimento científico no país, e dessa forma, deveriam ser valorizadas da mesma forma.
Mas, infelizmente, não é isso que ocorre, pois a cada dia, a ciência de base é desvalorizada e perde financiamentos e incentivos no país o que compromete drasticamente a produção científica aplicada e consequentemente o avanço científico e tecnológico em nosso país.
E o Brasil tem uma participação muito importante na produção científica mundial, ocupando o 15° lugar na lista de países que mais publicam no mundo (Internacional Science Ranking www.scimagojr.com). Mas esta colocação só se tornou possível devido ao aumento nos investimentos públicos em ciência durante os últimos anos.
Segundo a National Science Foundation (NSF), dos Estados Unidos, de 2008 a 2018, o Brasil aumentou em 69,4 % o número de suas publicações científicas anuais, dando um verdadeiro salto e consolidando-se como uma nação que produz ciência e de altíssima qualidade. Impressionante não é mesmo?!
Porém, atualmente, este cenário encontra-se ameaçado, pois o governo tem efetuado muitos cortes nos órgãos e agências públicas que se destinam a financiar a pesquisa no Brasil. E, infelizmente, o aumento na produção de conhecimento científico está intimamente relacionado à manutenção dos investimentos.
Estes investimentos vão desde a verba para a realização das pesquisas em si, ou seja, para compra do material e equipamentos necessários, como para pagar o salário dos pesquisadores, os quais utilizam todo o seu conhecimento para produzir mais conteúdo e contribuir para o avanço tecnológico no país.
Estes salários são pagos na forma de bolsas de pesquisa, que também vem sofrendo cortes anuais, diminuindo, assim, o número de pesquisadores, ou seja, mão de obra qualificada, para atuar nos centros de pesquisa brasileiros.
Isso gera uma queda brusca no volume de dados científicos produzidos, pois com a falta de mão de obra adequada e a escassez de recursos, diversas pesquisas são interrompidas e dificilmente conseguem ser retomadas.
Aliado a isto, a redução na mão obra tem estado muito relacionada à ida de pesquisadores brasileiros para outros países, onde eles encontram melhores salários e maiores investimentos em pesquisa, causando o que chamamos de "fuga de cérebros" (quer saber mais sobre isso, acesse: https://www.bbc.com/portuguese/amp/brasil-51110626). E isso é péssimo para o país, visto que a formação do profissional gera custos para os cofres públicos. Assim, o certo seria que esses profissionais fossem valorizados e obtivessem boas oportunidades de emprego e continuassem a contribuir para o avanço científico e tecnológico do Brasil.
Mas o que fazer para mudar este preocupante cenário?
Devemos estar sempre de olho no conteúdo científico produzido no Brasil e valorizar o que tem sido feito. Para isso, existem diversas mídias que nos permitem acompanhar de perto o desenvolvimento e as novas descobertas da ciência brasileira. São inúmeras revistas, sites, blogs e páginas em redes sociais que se destinam a divulgar a ciência que é produzida no Brasil.
O Blog Capivara Reflexiva é um deles, mas existem muitas outras fontes!
Nós iremos deixar alguns links de mídias que se destinam a divulgação científica no final desta postagem. Então, corre lá e confere tudo!
E você, nos ajude a melhorar a divulgação científica no Brasil!
Compartilhe muito os textos do Blog Capivara Reflexiva. Só assim poderemos chegar a muitas pessoas e mostrar o quanto a ciência brasileira é de qualidade!!!!!
Alguma dúvida? Escreve pra gente!!!
Links que selecionamos:
Portal da Revista Ciência Hoje
Portal da Revista Pesquisa - FAPESP
Link para o Canal Manual do Mundo - YouTube
Link para o Canal Nerdologia – YouTube
Link para o Canal do Pirula - YouTube
Link para o Canal Briching Science – YouTube
Link para o Canal Papo de Biólogo - YouTube
Leitura complementar:
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