Por Emília Carvalho Nunes
Mestre e Doutoranda em Ciências Biológicas - Comportamento e Biologia Animal
A Febre Maculosa é uma Riquetsiose, ou seja, uma doença causada por bactérias pertencentes ao gênero Rickettsia. Embora diversas espécies de riquétsias patogênicas (que são capazes de causar doenças) já tenham sido identificadas, a febre maculosa brasileira (FMB) é causada, principalmente, pela espécie Rickettsia rickettsii.
No Brasil, a riquetsiose é uma doença de grande destaque e importância, sendo a única passível de notificação compulsória (um registro que obriga e universaliza as notificações, visando o rápido controle de eventos que requerem pronta intervenção), e, até o momento, a única sob vigilância epidemiológica melhor estruturada.
Atualmente tem sido registrada em áreas rurais e urbanas. A maior concentração de casos é verificada nas regiões Sudeste e Sul, onde, de maneira geral, ocorre de forma esporádica. A doença acomete a população economicamente ativa (20-49 anos), principalmente homens, que relataram a exposição a carrapatos, animais domésticos e/ou silvestres ou frequentaram ambiente de mata, rio ou cachoeira. Cabe destacar que aproximadamente 10% dos registros da doença são em crianças menores de 9 anos de idade.
Importante! Ao apresentar algum dos sintomas descritos e tiver frequentado as áreas de risco ou sido exposto à picada de carrapato, é de máxima importância comunicar esses fatos ao médico. É com base nessas informações que será levantada a suspeita de febre maculosa e não outras enfermidades com sintomas semelhantes.
AGENTE CAUSADOR
A Rickettsia rickettsii, conforme explicado no início do texto, é o agente etiológico (causador) mais frequente, embora também existam outras espécies de riquétsias infectantes associadas à doença.
No Brasil, as duas espécies relacionadas a casos da doença são: Rickettsia rickettsii, registrada mais ao norte do Paraná e em estados da região Sudeste, como Minas Gerais; e a Rickettsia sp., espécie ainda não caracterizada, encontrada na Mata Atlântica, e já registrada em áreas silvestres. A primeira é responsável pelos casos mais graves, enquanto a segunda apresenta sintomas mais leves.
COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO DA FEBRE MACULOSA?
Os sintomas da fase inicial da doença podem ser confundidos com os de diversas doenças, como dengue, leptospirose, Zika Vírus, Chikungunya, enteroviroses, parvovírus, salmonelose, viroses respiratórias, micoplasma, clamídia, sífilis e outras.
Por esse motivo, é de TOTAL IMPORTÂNCIA que o paciente informe ao médico se reside ou frequentou áreas de transmissão identificadas pela vigilância sanitária, ou áreas urbanas, periurbanas ou rurais com presença de:
Vegetação (pastos ou matas);
Rios, lagos, lagoas e pesqueiros;
Hospedeiros do carrapato: capivaras ou cavalos.
E, principalmente, se o paciente tiver noção de que foi picado por um carrapato e apresentar alguns dos sintomas já citados.
O início do tratamento não depende da coleta e/ou dos resultados de exames diagnósticos da doença. Entretanto, o principal exame para a identificação da enfermidade é a coleta de sangue (sorologia para febre maculosa).
Assim, a atitude mais prudente diante de qualquer evidência ou suspeita é procurar um médico ou atendimento junto aos postos de saúde pública.
Nunca ouviu falar da doença? Só em 2019 já foram relatados inúmeros casos da doença no país!
Para maiores informações sobre casos da doença acesse:
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